quinta-feira, 24 de maio de 2012

Para SAR

Para SAR - Brasil
Equipe do Para-SAR da FAB, pronta para mais uma missão.  Foto: Wagner Ziegelmeyer O Para-SAR (oficialmente Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento - EAS) é um grupo de elite da Força Aérea Brasileira (FAB) especializado em salvamento, resgate e operações especiais, capaz de atuar em missões de combate, Combate-SAR (C-SAR) e SAR, nos mais complexos ambientes, reunindo o que há de melhor entre os integrantes operacionais da Força. Sua origem remonta ao ano de 1943, quando oficiais treinados nos Estados Unidos introduziram as técnicas de paraquedismo na FAB. Duas décadas depois, em 1963, com a crescente utilização do paraquedismo em missões de busca e resgate de acidentes aeronáuticos em todo o mundo, a Força Aérea resolveu criar uma estrutura própria para executar esta difícil tarefa e assim nascia a então denominada 1ª Esquadrilha Aeroterrestre de Salvamento - 1ª EAS). Atualmente sediado na Base Aérea dos Afonsos, no Rio de Janeiro, operacionalmente subordinado ao comando da II FAE, convive na área do lendário Campo dos Afonsos com várias unidades com as quais sempre esteve intimamente ligado, como é o caso da Brigada Paraquedista do Exército Brasileiro, do 3º/8º Grupo de Aviação que opera os helicópteros CH-34 Super Puma e do 1º Grupo de Transporte de Tropas que opera as aeronaves C-130H Hércules.
Para cumprir suas atribuições, a unidade conta com cerca de 150 efetivos, pequeno dada a dimensão continental de nosso país. Diariamente duas equipes ficam em alerta, uma equipe SAR compõe com um helicóptero CH-34 e a outra com uma aeronave C-130H, cujo tempo de resposta em caso de acionamento é de 20 minutos e duas horas, respectivamente, o que se justifica pois a preparação do Hércules é mais demorada já que provavelmente sua missão será de busca sobre o mar. Porém não é em todo acidente que o Para-SAR é acionado, isto porque todas as unidades de helitransporte e o 2º/10º GAv. estão aptos a realizar tarefas SAR e o Comando de Operações Aéreas somente solicitará a presença do pessoal do EAS em função da dimensão e das dificuldades impostas pelo acidente. Para se tornar um membro do Para-SAR o voluntário deverá ser aprovado em cinco cursos ao longo de dois anos, que incluem Curso SAR (Busca e Resgate), Paraquedismo Básico, Mergulho Autônomo, Salto Livre e Mestre de Saltos. A "pós -graduação" é o curso de Operações Especiais (Para-Comandos), que lhe confere o status de guerreiro, capacitando-o a executar principalmente missões de resgate em combate.
Membros do Para-SAR procedem à identificação do piloto a ser resgatado. A unidade é a única na FAB apta a realizar missões de Operações Especiais, sendo utilizada em missões de C-SAR (Combate-SAR), resgate de reféns, preparação de terreno, reconhecimento, sabotagem ou qualquer tipo de ação furtiva em território hostil. Estas atividades são executadas somente por militares com curso específico para tal, que passam por treinamentos rigorosos, com duração média de três meses, ministrados pelo Exército Brasileiro nas instalações da Brigada de Forças Especiais ou no Centro de Instrução de Guerra na Selva-CIGS). Para as missões de combate, as equipes possuem diversos equipamentos especiais à disposição, como botes infláveis, kits de primeiros socorros, equipamentos para escalada, mergulho e paraquedismo, tudo devidamente organizado por setores e com rigoroso controle de validade, já que um material com data vencida poderia comprometer o sucesso de uma missão. As armas padrões do Para-SAR são o fuzil suíço Sig Sauer SG-551 de 5,56mm, a pistola Taurus PT-92 de 9 mm e o fuzil sniper HK PSG-1 de 7,62 mm.
Vital no moderno Teatro de Operações, o C-SAR é uma especialidade do Para-SAR, cujo objetivo é localizar e resgatar um piloto que tenha sido abatido atrás das linhas inimigas, sempre uma tarefa complexa e extremamente perigosa, que requer um planejamento rigoroso e pessoal bem treinado. Normalmente estas ações são furtivas e aerotransportadas por helicópteros, executadas por equipes compostas por cinco elementos que estão aptos a realizar todo o tipo de tarefa de combate e resgate, sempre bem equipada e pronta para responder a uma possível oposição armada. Quando a operação é desencadeada, o helicóptero de resgate é escoltado por helicópteros de ataque, que fazem um reconhecimento da zona de desembarque e garantem a segurança na área. Uma vez no solo, a equipe do EAS identifica o piloto certificando-se de sua identidade através de um código pré-estabelecido para evitar uma possível emboscada, a seguir presta os primeiros socorros se necessários e então rapidamente evacua o local para diminuir as chances de contra-ataque do inimigo. Ao longo de sua existência o Para-SAR não teve oportunidade de efetuar uma missão Combate-SAR real, embora a treine constantemente, mas se fez presente em todos os grandes acidentes aéreos ocorridos no território nacional, atuando ainda em diversos estados de emergência e de calamidade pública no Brasil e no exterior, salvando centenas de vidas humanas, graças ao profissionalismo, abnegação e coragem dos membros desta eficiente unidade, cujo lema bem traduz a sua nobre vocação: "Nossa Lida, Sua Vida".