Para SAR - Brasil
O Para-SAR (oficialmente Esquadrão
Aeroterrestre de Salvamento - EAS) é um grupo de elite da Força Aérea Brasileira
(FAB) especializado em salvamento, resgate e operações especiais, capaz de atuar
em missões de combate, Combate-SAR (C-SAR) e SAR, nos mais complexos ambientes,
reunindo o que há de melhor entre os integrantes operacionais da Força. Sua
origem remonta ao ano de 1943, quando oficiais treinados nos Estados Unidos
introduziram as técnicas de paraquedismo na FAB. Duas décadas depois, em 1963, com a crescente utilização
do paraquedismo em missões de busca e resgate de acidentes aeronáuticos em todo
o mundo, a Força Aérea resolveu criar uma estrutura própria para executar esta
difícil tarefa e assim nascia a então denominada 1ª Esquadrilha Aeroterrestre de
Salvamento - 1ª EAS). Atualmente sediado na Base Aérea dos Afonsos, no Rio de
Janeiro, operacionalmente subordinado ao comando da II FAE, convive na área do
lendário Campo dos Afonsos com várias unidades com as quais sempre esteve
intimamente ligado, como é o caso da Brigada Paraquedista do Exército
Brasileiro, do 3º/8º Grupo de Aviação que opera os helicópteros CH-34 Super Puma e do 1º Grupo de
Transporte de Tropas que opera as aeronaves C-130H Hércules.
Para cumprir suas atribuições, a unidade
conta com cerca de 150 efetivos, pequeno dada a dimensão continental de nosso
país. Diariamente duas equipes ficam em alerta, uma equipe SAR compõe com um
helicóptero CH-34 e a outra com uma aeronave C-130H, cujo tempo de resposta em
caso de acionamento é de 20 minutos e duas horas, respectivamente, o que se
justifica pois a preparação do Hércules é mais demorada já que provavelmente sua
missão será de busca sobre o mar. Porém não é em todo acidente que o Para-SAR é
acionado, isto porque todas as unidades de helitransporte e o 2º/10º GAv. estão
aptos a realizar tarefas SAR e o Comando de Operações Aéreas somente solicitará
a presença do pessoal do EAS em função da dimensão e das dificuldades impostas
pelo acidente. Para se tornar um membro do Para-SAR o voluntário deverá ser
aprovado em cinco cursos ao longo de dois anos, que incluem Curso SAR (Busca e
Resgate), Paraquedismo Básico, Mergulho Autônomo, Salto Livre e Mestre de
Saltos. A "pós -graduação" é o curso de Operações Especiais (Para-Comandos), que
lhe confere o status de guerreiro, capacitando-o a executar
principalmente missões de resgate em combate.
A unidade é a única na FAB
apta a realizar missões de Operações Especiais, sendo utilizada em missões de
C-SAR (Combate-SAR), resgate de reféns, preparação de terreno, reconhecimento,
sabotagem ou qualquer tipo de ação furtiva em território hostil. Estas
atividades são executadas somente por militares com curso específico para tal,
que passam por treinamentos rigorosos, com duração média de três meses,
ministrados pelo Exército
Brasileiro nas instalações da Brigada de Forças Especiais ou no Centro de
Instrução de Guerra na Selva-CIGS). Para as missões de combate, as equipes
possuem diversos equipamentos especiais à disposição, como botes infláveis,
kits de primeiros socorros, equipamentos para escalada, mergulho e
paraquedismo, tudo devidamente organizado por setores e com rigoroso controle de
validade, já que um material com data vencida poderia comprometer o sucesso de
uma missão. As armas padrões do Para-SAR são o fuzil suíço Sig Sauer SG-551 de
5,56mm, a pistola Taurus PT-92 de 9 mm e o fuzil sniper HK
PSG-1 de 7,62 mm.
Vital no moderno Teatro de Operações, o
C-SAR é uma especialidade do Para-SAR, cujo objetivo é localizar e resgatar um
piloto que tenha sido abatido atrás das linhas inimigas, sempre uma tarefa
complexa e extremamente perigosa, que requer um planejamento rigoroso e pessoal
bem treinado. Normalmente estas ações são furtivas e aerotransportadas por
helicópteros, executadas por equipes compostas por cinco elementos que estão
aptos a realizar todo o tipo de tarefa de combate e resgate, sempre bem equipada
e pronta para responder a uma possível oposição armada. Quando a operação é
desencadeada, o helicóptero de resgate é escoltado por helicópteros de ataque, que fazem um
reconhecimento da zona de desembarque e garantem a segurança na área. Uma vez no
solo, a equipe do EAS identifica o piloto certificando-se de sua identidade
através de um código pré-estabelecido para evitar uma possível emboscada, a
seguir presta os primeiros socorros se necessários e então rapidamente evacua o
local para diminuir as chances de contra-ataque do inimigo. Ao longo de sua
existência o Para-SAR não teve oportunidade de efetuar uma missão Combate-SAR
real, embora a treine constantemente, mas se fez presente em todos os grandes
acidentes aéreos ocorridos no território nacional, atuando ainda em diversos
estados de emergência e de calamidade pública no Brasil e no exterior, salvando
centenas de vidas humanas, graças ao profissionalismo, abnegação e coragem dos
membros desta eficiente unidade, cujo lema bem traduz a sua nobre vocação:
"Nossa Lida, Sua Vida".
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