NOBRE INFANTARIA - 24 de Maio
Somos esses infantes, que, na marcha para o desafio, não nos importamos com as dificuldades. A nossa missão é superar limites. Arma de homens sem medo, que cantam ameaçadoras canções e, assim, se esquecem de si e fazem a perfeita comunhão entre o fuzil, o alvo e a vitória.
O mito da Infantaria se construiu ao longo de milênios, sendo a principal e mais antiga Arma do Exército. Alexandre da Macedônia com seus infantes, bem treinados, formava a falange, estrutura de combater que corroborou de forma decisiva para a consolidação do maior império que o mundo já havia visto: 30 mil homens eram suficientes para derrotar 110 mil inimigos. Nobreza igual foi realizada pelos infantes de Roma, os legionários. O poder da Infantaria foi traduzido nas palavras de Napoleão: “Floresce ou perece uma nação segundo o seu exército; vive ou morre o exército segundo o valor de sua infantaria".
Se falam que a Infantaria é a Arma dos primeiros a morrer, saibam que, assim como nos inspira e exemplifica Sampaio, que em Tuiuti teve seu corpo alvejado três vezes, a vida do infante só tem valor se for para lutar pela honra e pela soberania de sua Pátria.
Disse um contemporâneo do Patrono: "A idéia de eu passar para a Infantaria não me abandonava. Esta arma exercia sobre mim indizível fascinação. Quando passava um daqueles belos batalhões da Divisão Sampaio, a Encouraçada, de bandeira desfraldada, os pelotões alinhados, guardando bem as distâncias, marchando airosos e elegantes, ao som alegre de um dobrado vibrante, não me podia conter e punha-me a marcar passo..."
Esse era o espírito tenaz em que se traduzia a alma dos infantes num uníssono perfeito.
A morte, a Sampaio, lhe trouxe a imortalidade do heroísmo que banha a alma de todos aqueles que são designados pelo destino a cruzar os campos de batalha em meio a minas, tiros e estilhaços. O Infante é aquele que desce ao inferno da batalha para ascender ao céu da vitória, pois, sob o aço fervente do fuzil em rajada, colorimos de vermelho e calor as frentes inimigas. O infante é aquele que encara o inimigo face-a-face, olho no olho, que tem no seu peito a sua blindagem, no seu coração o seu motor, no seu sangue o seu combustível e na sua mira o seu canhão. É por isso, senhores, por esse sentimento único que sente o soldado de infantaria ao ter, na luta, a glória da vitória ou a glória da morte pelo seu país e pelos seus ideais, que a Infantaria sempre existiu e nunca deixará de existir.
Resta a nós agora, discípulos do Brigadeiro Sampaio, nesta Imperial Casa, mantermos o espírito de união e a coragem que tanto caracteriza a nossa Arma para fazermos dela a Sua Majestade, a Rainha das Armas.
INFANTARIA!
Fonte: Al Vinícius Alves, da Companhia de Infantaria (Colégio Militar do RJ).