Batalhões de Infantaria de Selva - Brasil
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Nos batalhões, com o intuito de operar
continuamente na região de selva, mantendo altos níveis de preparo psicológico,
de adestramento e de capacidade de sobrevivência, procurou-se definir missões
específicas para cada Companhia de Fuzileiros: a 1ª Cia Fuz.Sl. é reponsável
pela formação do efetivo variável (conscritos) e está apta a atuar em terreno
convencional, como os vastos planaltos do estado de Roraima; a 2ª Cia Fuz.Sl.
volta-se para as operções aeromóveis, com o apoio dos helicópteros do 4º
Batalhão de Aviação do Exército, sediado em Manaus; e a 3ª Cia Fuz.Sl.
especializada em operações ribeirinhas. Esta tropa de elite, considerada entre
as melhores do mundo, só admite em seus quadros membros com excelente preparo
físico e psicológico para poderem suportar as dificílimas condições climáticas
onde atuarão e as pressões a que serão submetidos, como combater em selva densa
e sobreviver com poucos recursos. Antes de iniciar seu treinamento no CIGS, onde
passarão pelo Curso de Operações na Selva (COS) com duração de nove semanas
operacionais e mais duas para aclimatação, os candidatos devem se submeter ao
exame de aptidão física, com provas de natação, flutuação, corrida rústica,
subida na corda e marcha forçada, portando uniforme completo e coturno.
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A ração foi adaptada ao paladar brasileiro,
com elevado teor de proteínas e fibras e pouca gordura, que poderia provocar
desidratação e diarréia na selva amazônica. Os coturnos são feitos parcialmente
em lona com pequenos furos, que drenam a água acumulada na travessia de pequenos
riachos ou igarapés. O fuzil padrão é o Pára-FAL, de 7,62 mm, com coronha
rebatível, altamente resistente às duras condições operacionais da região. As
unidades contam ainda com o lança-rojão AT-4, metralhadoras MAG, de 7,62 mm,
escopetas Boito calibre 12, lança-granadas Grintek de 40 mm, fuzil sniper Imbel
Fz.308, morteiros Hotchkiss de 60 mm, além de zarabatanas, besta e facões de
mato. Para deslocamento por trilhas tão fechadas, está sendo testado com sucesso
a utilização de búfalos para carregar os suprimentos da tropa, animal
perfeitamente adaptado às condições locais. Exercícios constantes na região
testam a chamada "estratégia de resistência", para a eventualidade de um
confronto entre nossas forças e as de um país com poderio militar bem superior,
visando tornar caro ao inimigo qualquer tentativa de agressão à Amazônia
brasileira. Para tanto, o Exército Brasileiro matém em diversos pontos secretos
no meio da floresta, pequenos conteiners enterrados no solo com alimentos,
remédios e munições, a fim de prover suprimentos para os combatentes isolados na
selva, além de tanques de combustível para reabastecer helicópteros ou
embarcações durante o conflito. Reforçando esta tática, muitos rádio-operadores
dos batalhões são de origem indígena e se comunicam em sua língua nativa,
impedindo que as comunicações sejam decifradas pelo inimigo. Num possível
conflito, os guerreiros de selva agiriam em pequenas frações, mas capazes de
infringir pesadas perdas ao adversário, tirando vantagem de seu grande
conhecimento da floresta, para desaparecer rapidamente em meio à densa
vegetação. SELVA !
Fonte:MilitaryPower
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