 Foto cedida Exército norte-americano HMS
Belfast, navio britânico utilizado na Segunda Guerra Mundial, transformou-se
em museu flutuante no rio Tâmisa, em Londres. A pintura desse navio é uma
variação da clássica camuflagem
dazzle.
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Esse tipo de camuflagem ainda é bastante usado e funciona bem. Muitos
equipamentos modernos de iscas têm sistemas pneumáticos avançados que simulam o
movimento real. A camuflagem tradicional ainda é usada, mas nem sempre é eficaz.
Como veremos na próxima seção, a tecnologia moderna identifica o inimigo muito
mais facilmente, mesmo que ele esteja misturado com as cores do ambiente.
Difícil de se esconder
A
tecnologia de camuflagem se desenvolveu muito nos últimos anos, assim como a
tecnologia que permite identificar a camuflagem. Hoje, o exército utiliza
termografia para captar o calor gerado por uma pessoa ou equipamento. Além
disso, podem-se utilizar radar, visão noturna, fotos de satélite e dispositivos avançados de escuta para
detectar o inimigo.
 Foto cedida Exército norte-americano Camuflagem de armas dos fuzileiros
navais
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Para despistar essa tecnologia, o exército precisa pensar além da ocultação
visual. Em uma guerra moderna, a camuflagem de equipamento e soldados é feita
com um material que impede a propagação do calor. Dessa maneira, a "assinatura"
térmica não aparece na termografia. Nos navios, a maior fonte
de calor é o motor. Para reduzir a emissão de calor, alguns navios modernos
esfriam o motor com água do mar. Alguns tanques de guerra também têm um
sistema de resfriamento para mascarar o calor que é gerado.
Para combater a visão noturna (a amplificação de pequenas
quantidades de luz, inclusive luz infravermelha de baixa freqüência), alguns
exércitos utilizam sofisticadas cortinas de fumaça. Uma grossa
camada de fumaça bloqueia a luz, criando um tipo de
invisibilidade para tudo o que estiver atrás da cortina de fumaça. Alguns
relatórios informam que os Estados Unidos estão trabalhando em uma cortina de
fumaça que impede a visão noturna, mas permite o
funcionamento eficaz de visores termais norte-americanos. A empresa britânica
construtora de navios Vosper
Thorneycroft (em inglês) desenvolveu um sistema que utiliza uma série de
esguichos d'água para produzir uma neblina constante em volta
do navio e torná-lo oculto.
 Foto cedida Exército norte-americano Pilotos da Força Aérea norte-americana ocultam abrigo na Guerra
do Golfo. O uniforme dos pilotos, assim como a rede de camuflagem, mistura-se ao
ambiente do
deserto.
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A tecnologia stealth permite esconder os
equipamentos militares da detecção dos radares. Em um
equipamento stealth, a superfície do veículo é formada por planos
achatados interconectados por ângulos incomuns. Esses
planos servem para refletir as ondas de
rádio do radar para que a trajetória delas seja modificada. O equipamento
também pode ser coberto com uma camada de material que "absorve o
radar". Quando uma onda de rádio atinge um objeto, os elétrons naquele
objeto são estimulados, já que a onda passou alguma energia. Em um bom material
condutor, como uma antena de metal de rádio, os elétrons se movem facilmente.
Por isso, as ondas de rádio não perdem muita energia para agitar esses elétrons.
Por outro lado, o material que absorve as ondas do radar são péssimos
condutores, por isso, a resistência para mover os elétrons é
maior. Assim, as ondas de rádio perdem mais energia, que é emitida na forma de
calor. Isso reduz a qualidade do sinal de rádio refletido.
 Foto cedida Exército norte-americano Veículos militares pintados com camuflagem de deserto na
Operação Tempestade no
Deserto
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A tecnologia de isca também se desenvolveu para evitar a
detecção pelos sistemas modernos. O exército americano e outros exércitos
desenvolveram iscas infláveis que não só lembram visualmente os veículos, mas
também replicam a assinatura térmica e de radar desse equipamento. Para os
radares e rastreadores de longa distância, essas iscas são idênticas ao
equipamento real. Uma técnica mais imprecisa de isca é encher uma área com
diversos tipos de objetos que serão detectados nos radares, visores térmicos e
dispositivos de escuta. Assim, o inimigo terá mais dificuldade em focar num
determinado tipo de equipamento.
Com o avanço do equipamento de detecção e espionagem, os engenheiros
militares terão que pensar em novas e sofisticadas técnicas de camuflagem. Uma
idéia interessante que já está sendo utilizada é a camuflagem
inteligente. Esse tipo de camuflagem muda a cobertura externa de um
equipamento a partir de uma análise computadorizada do ambiente. Não importa
quão avançada seja a camuflagem: a idéia básica ainda é a mesma utilizada pelos
primeiros caçadores. Descobrir como o inimigo vê você e mascarar todos os
elementos que fazem você se destacar.
Fonte: http://ciencia.hsw.uol.com.br/camuflagem-militar4.htm: