quinta-feira, 5 de julho de 2012

É um pássaro? É um avião? É o inimigo!




Não é um disco voador, mas um avião de guerra utilizado pelo exército dos EUA em testes na Califórnia. Ele voou em um curso pela primeira vez e ainda vai melhorar bastante.

O principal ponto do X-47B é a aerodinâmica, mas como ainda faltam muitos detalhes no protótipo, como recolher as rodas, ela ainda não foi testada como se deve. Enquanto isso, evolui aos poucos. Ele será utilizado especialmente em missões que exijam velocidade e controle.
O avião também terá controle de barulho, mas, por ser um projeto um tanto secreto do exército, não temos muitas informações. O importante é saber que, se você vir uma nave dessas do céu, não é hora de fazer contato: é hora de achar um abrigo seguro.


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As Modernas tecnologias militares

As tecnologias militares que vão invadir o mercado em breve

Fonte da imagem: Raytheon
Em 2011, os Estados Unidos pretendem investir pouco mais de US$ 405 bilhões em tecnologias militares. O valor é considerado abusivo por muitos, afinal, investimentos em tecnologias que, muitas vezes, têm como principal finalidade a destruição em massa não são exatamente a maneira mais nobre dispender dinheiro.
Entretanto, todo esse volume de investimentos não é destinado única e exclusivamente para a criação de novas máquinas de guerra. Muitas das pesquisas desenvolvidas por instituições militares acabam indo parar nas indústrias de eletroeletrônicos e, consequentemente, são transformadas em novos produtos e utilidades para o cotidiano do cidadão comum.
Muito do que foi desenvolvido pela NASA, Agência Espacial Norte-Americana, órgão governamental dos EUA, é utilizado no dia a dia pelos usuários.
Mas o que vem sendo desenvolvido atualmente que pode influenciar diretamente nos próximos aparelhos disponíveis no mercado? Conheça em detalhes algumas das principais tecnologias que vão pintar para o consumidor em breve e outras que ainda não têm previsão de chegada, mas que certamente fariam sucesso junto ao público.

Armadura facial

Fonte da imagem: Blanddesign
Embora os soldados estejam sempre bem equipados e por baixo dos seus uniformes exista uma espécie de colete à prova de balas como proteção, algumas regiões do corpo ficam naturalmente mais expostas, como a cabeça e, em especial, os olhos. Um impacto, ainda que não atravesse o capacete de um militar, pode ser fatal.
Pensando nisso o exército norte-americano desenvolveu uma espécie de armadura facial. Chamada Predator Facial Armor, trata-se de um capacete de alta resistência, com proteções especiais para a mandíbula, olhos, nariz e boca. Além disso, a parte interna do capacete funciona como um suporte, impedindo que, em caso de impacto, a cabeça não sacuda com o impacto.
Como complementos tecnológicos, a Predator Facial Armor conta com radar 360 graus, com indicação de alvos móveis e tela display para exibição de informações como mapas, posicionamento de outros soldados e integração computadorizada com algumas armas.
Para uso cotidiano, capacetes como esses podem ser adaptados para uso em atividades esportivas ou mesmo na construção civil, em que a segurança e a possibilidade de acesso rápido a informações visuais podem se tornar grandes diferenciais de produtividade e integração.

Telas OLED flexíveis de pulso

Fonte da imagem: Universal Display Corporation
Se os celulares e smartphones substituíram em grande escala os relógios de pulso, no futuro é possível que o ciclo se inverta e os displays flexíveis possam se configurar na nova geração de relógios. Outra tecnologia desenvolvida dentro do exército norte-americano, exibida pela primeira vez na CES 2009, está em fase de testes nas forças armadas.
O aparato foi criado em parceria com a Universal Display Corporation. Trata-se de uma pulseira com tela OLED, com tela de 4,3 polegadas e resolução de 320 x 420 pixels, capaz de exibir os mais variados tipos de informação, de modo similar ao funcionamento de um smartphone.
Não há informações ainda sobre qual é o sistema operacional utilizado pelo produto nem quando ele poderá deixar de ser uso exclusivo das forças armadas. Entretanto, em tempos de popularização dos tablets, nada mais justo que pensarmos em algum dispositivo similar adaptado ao pulso.

Máquina de glóbulos vermelhos

Fonte da imagem: DARPA
Os glóbulos vermelhos têm a importante função de transportar o oxigênio aos tecidos. Em caso de um sangramento, a perda deles em grandes quantidades pode significar um resultado fatal para o paciente. A DARPA – Agência de Defesa Avançada em Projetos de Pesquisa - colocou em desenvolvimento uma máquina chamada Arteryocite, capaz de produzir glóbulos vermelhos para garantir um suprimento de vida ao paciente ferido.
Baseado num sistema de nanofibras, chamado NANEX, a máquina permite produzir tais células sem que, para isso, seja preciso dispor de um doador. O equipamento utiliza sangue de cordões umbilicais para gerar os novos glóbulos vermelhos, mas a DARPA não divulgou, exatamente, como o processo de transformação funciona.


Uniformes autossuficientes com energia solar


Fonte da imagem: UK Army
Combinando células fotovoltaicas com aparatos termoelétricos, o exército britânico deve apresentar em 2013 uma nova espécie de uniforme, capaz de utilizar a energia solar como elemento de recarga para diversos dispositivos vinculados à roupa.
Além de absorver luz a partir do espectro eletromagnético, o novo uniforme diminui as possibilidades de detecção por meio de raios infravermelhos. Para garantir o funcionamento durante 24 horas, o uniforme armazena parte da energia capturada durante o dia para que seja utilizada à noite, quando praticamente não há novas possibilidades de recarga.
Com o desenvolvimento da tecnologia, é possível que nos próximos anos surjam outros tipos de roupas também capazes de capturar energia solar, servindo para recarregar gadgets, smartphones e outros dispositivos removíveis que requeiram energia.

Miniveículo aéreo para checar radiação

T-Hawk (Fonte da imagem: Honeywell)
O desastre ocorrido nas usinas nucleares japonesas, em virtude do terremoto e do tsunami no mês de março, colocou o governo e a população em estado de alerta. Os níveis de radiação subiram acima do esperado e, para constatar dados referentes ao problema, o exército japonês utilizou um equipamento desenvolvido em suas pesquisas.
O Honeywell T-Hawk pode fazer qualquer tipo de aproximação aérea e voos monitorados, tendo como objetivo um ponto-alvo. Com isso, o equipamento pôde medir com precisão as áreas contaminadas, dispensando a presença de pessoas no local.

A verdadeira guerra tecnológica

Embora seja natural que a maioria das pessoas tenha a opinião de que investir em equipamentos bélicos não seja a melhor saída para, de fato, melhorar a vida no planeta, historicamente o desenvolvimento tecnológico mostra o contrário. Boa parte das tecnologias que utilizamos hoje surgiu de verbas de investimento em unidade militares de pesquisa.
Contudo, há que se mensurar até que ponto um produto ou uma tecnologia é mais benéfica para a humanidade do que prejudicial. Há muito potencial para novas ideias e, em se tratando de investimentos, esse é um setor que raramente precisa se preocupar com problemas de orçamento. Será que as tecnologias militares serão as responsáveis pela paz e pelo bem-estar no futuro?



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A Arte de Enganar

Nas guerras antigas, como nas modernas, enganar o inimigo com informações falsas muitas vezes pode ser decisivo. Nas fotos abaixo, modelos de tanques e blindados infláveis que são usados para enganar satélites e aviões de reconhecimento, sobre o real posicionamento e quantidade de forças terrestres.




Fonte: Forças Terrestres
BY Tali Aaron : 11 de outubro

Militares dos EUA, levando a adoção de energias renováveis

Militares dos Estados Unidos, com sucesso, empurrando para a frente com planos para expandir o uso de energias renováveis, incluindo biocombustíveis e portátil solar                                            

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Embora o Congresso tem sido até agora sem êxito no passando uma conta de energia e muitos projectos de energias renováveis em diversos Estados permaneceram paralisados, a burocracia, uma Agência sob jurisdição federal com êxito é empurrar para a frente com planos para expandir seu uso de energia renovável: os militares dos EUA. Na semana passada, 150 fuzileiros navais trouxeram equipamento ecológico para a província de Helmand do Afeganistão, incluindo portáteis painéis solares, escudos de energia solar tenda que produzem eletricidade e aquecimento e carregadores solares para computadores. Os militares dos EUA está cada vez mais a tentar libertar-se da necessidade de linhas de combustível, e espera-se que a tecnologia de energia renovável é a resposta.
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Nos últimos anos, os militares dos EUA estão cada vez mais investidos em  utilizar fontes de energia renováveis, principalmente porque ele está operando atualmente em muitas áreas distantes e remotas. Em lugares como Afeganistão e Iraque, o combustível é caro para enviar e perigoso para transporte. Os comboios são frequentemente atacados, e um estudo estimou que, em média, para todos os comboios de combustível de 24, uma pessoa é morta.


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Além disso, as energias renováveis ajuda a economizar o dinheiro militar. No ano passado, os militares e.u. introduziu um navio de assalto anfíbio híbrido que salvo 900.000 litros de combustível em sua viagem inaugural de Mississippi para San Diego. Os militares dos EUA também está planejando ter toda a sua força aérea frota capaz de rodar com biocombustível por 2011.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Rio+20: plano de segurança mobilizou 24.833 militares e civis

altBrasília, 26/06/2012
– O plano de segurança empregado na Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, contou com a participação de 24.833 militares e civis. Durante o período da conferência, houve a utilização de 1.698 veículos, além de 33 navios e embarcações, 27 helicópteros, oito aeronaves e um Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant).

O aparato utilizado e o trabalho coordenado entre militares das Forças Armadas e profissionais de segurança pública foram alguns dos aspectos que contribuíram para que o evento transcorresse com tranqüilidade, sem nenhum incidente grave.

Na avaliação do ministro da Defesa, Celso Amorim, o esquema de segurança adotado na Rio+20 foi bem-sucedido. “Percebi as pessoas se sentindo seguras, mas, ao mesmo tempo, sem se sentir excessivamente restringidas. Acho que é assim que deve ser”, disse o ministro.

O planejamento das ações de segurança da Rio+20 foi elaborado pelo Ministério da Defesa, sob coordenação do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA). A execução ficou a cargo do Comando Militar do Leste (CML) do Exército, e contou com a participação da Marinha, Aeronáutica, além de várias instituições de segurança pública federais, estaduais e municipais.

altDurante o período da conferência, as tropas atuaram na extensão de 50 quilômetros – desde a Base Aérea do Galeão e do Aeroporto Internacional Tom Jobim até o Riocentro. O plano de segurança teve por finalidade a proteção de 93 chefes de Estado e de Governo, num total de 209 delegações, bem como a participação de representantes da sociedade civil. Foram investidos R$ 96,160 milhões nas atividades de segurança.

Para o chefe do EMCFA, general José Carlos De Nardi, a integração entre as forças envolvidas no esquema de segurança foi fundamental para o bom desempenho das ações na conferência. “A ampla integração entre as instituições envolvidas fez com que aquilo que planejamos ocorresse sem qualquer incidente”, destacou. “Com a Rio+20, ganhamos experiência para os próximos grandes eventos”, acrescentou.

Uso de tecnologia

Um dos pontos importantes para o sucesso da operação foi o uso de mais recursos de tecnologia. Diferentemente do que ocorreu na Rio92, as Forças Armadas reduziram o emprego ostensivo de armamentos e blindados. Segundo o general De Nardi, o momento atual do Rio de Janeiro também possibilitou o monitoramento à distância. “O Rio está mais tranquilo. A segurança pública está melhor que em 1992. Hoje temos diversas comunidades pacificadas. Isso foi importante”, afirmou o chefe do EMCFA.

A defesa cibernética requereu expressiva atenção no planejamento. No Riocentro foi montado o Departamento de Defesa Cibernética para realização do monitoramento de ações de colocassem em risco setores controlados por computadores conectados à internet. Na prática, técnicos integrantes do CDCiber, sediado em Brasília, trabalharam com a finalidade de evitar ataques de hackers. Durante a conferência ocorreram 124 eventos contra redes ou sites, mas todos foram neutralizados pelos profissionais envolvidos na execução da tarefa.

altGrandes eventos

A Rio+20 transformou-se numa espécie de teste para a segurança de outros grandes eventos que ocorrerão no Brasil. Embora reconheça que diferentes eventos têm abordagens distintas de segurança, o general De Nardi acredita que há vários aspectos comuns que são incorporados pelas instituições envolvidas. Como exemplo, De Nardi menciona que a grande diferença entre a conferência e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) está relacionada à segurança pública.

Enquanto na Rio+20, diz ele, o plano levou em consideração a quantidade de autoridades de outros países, a JMJ vai estar voltada à proteção de 3 milhões de católicos que irão ao Rio para o encontro com o papa Bento 16. “Já na Copa das Confederações e na Copa do Mundo Fifa 2014 teremos maior atenção na segurança pública nos estádios e nas proximidades do locais onde serão realizadas as partidas de futebol”. “Além disso, o plano será pulverizado em função de termos 12 cidades-sede para a Copa e sete para o torneio das confederações”, explicou.

Segurança no Riocentro


Desde o dia 5 de junho, quando o Riocentro passou a ser território da Organização das Nações Unidas (ONU), o plano de segurança ganhou reforço de 1,3 mil militares da 4ª Brigada de Infantaria Motorizada. Na parte externa, ocorreu o emprego da Brigada Paraquedista, com apoio das polícias Federal, Rodoviária Federal, Militar e Guarda Municipal do Rio de Janeiro.

Para dar segurança às delegações dos chefes de Estado ou de Governo que estiveram na conferência da ONU, seja no deslocamento dos comboios ou nos hotéis e locais de atividades, o plano teve a participação de 470 batedores que formaram 52 equipes especializadas. O tráfego aéreo de monitoramento das comitivas contou com a proteção de 27 helicópteros nos cerca de 50 quilômetros da orla carioca. Além do Riocentro e do Aterro do Flamengo, os militares atuaram na região dos 38 hotéis onde estiveram hospedados os delegados participantes da Rio+20.

altTráfego aéreo

Para garantir a segurança dos chefes de Estado e de Governo, o tráfego aéreo foi fechado para outras aeronaves num raio de quatro quilômetros no espaço do Riocentro. As chegadas e partidas dos aviões foram feitas pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), instalado ao lado do Aeroporto Santos Dumont. De lá foram transmitidas orientações de pouso e decolagem das aeronaves no período da conferência. Pelo menos 63 aviões utilizaram o pátio do Aeroporto Internacional Tom Jobim.

“O fechamento do espaço aéreo é normal em todos os países onde ocorrerem eventos deste porte. Aqui não seria diferente. Os setores que se manifestaram contrários a isso desconhecem a necessidade da segurança nos locais dos eventos”, disse o general De Nardi.

Elogios à segurança

O sistema de segurança da conferência colocado em prática mereceu elogios de autoridades governamentais, de representantes da sociedade civil e de outros países.

Dos 24.833 militares e civis que estiveram envolvidos na segurança da conferência, 3,2 mil foram da Marinha, 7.491 do Exército e 5.170 da Força Aérea. Os outros 8.972 são integrantes de órgãos de segurança pública federais, estadual e municipal. O plano de segurança contou também com tropas especialmente treinadas para atuação, prevenção e reação a ataques terroristas. Houve também contingente para atuar na defesa química e bacteriológica. Para possíveis casos de ataque aéreo ou de entrada de qualquer aeronave sem a devida autorização, foram alocados para bases do Rio de Janeiro aviões Super Tucanos e caças F-5M.

altMarinha do Brasil

A Marinha atuou na segurança da Rio+20 por meio do 1º Distrito Naval. Foram empregados 3,2 mil militares, 31 embarcações (navios-patrulha, rebocadores e lanchas), dois navios de porte médio (uma fragata e uma corveta) encarregados no controle marítimo, além de seis aeronaves.

O Grupamento de Mergulhadores de Combate (Grumec), unidade de Forças Especiais da Força Marítima, também participou do plano de segurança.

Exército Brasileiro

A 4ª Brigada de Infantaria Motorizada, sediada em Juiz de Fora (MG) dividiu com o Departamento de Segurança das Nações Unidas o controle do Riocentro. Num primeiro instante atuou com 1,3 mil militares. No período da reunião de Alto Nível, que teve a participação dos chefes de Estado e de Governo, o local teve o emprego de 2.364 militares. Na parte externa, a segurança ficou a cargo da Brigada de Infantaria Paraquedista, tropa de elite situada na Vila Militar, no Rio de Janeiro.

As ruas na capital fluminense foram patrulhadas por tropas paraquedistas. Equipamentos como os tanques Cascavel e Urutu ficaram nas imediações do Riocentro. Na sede do Comando Militar do Leste (CML) ficou o principal centro de coordenação e controle do esquema de segurança. O centro foi equipado com Pacificador – sistema de tratamento de incidentes com utilização de 250 smartphones. Cerca de 550 câmeras da Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio de Janeiro (CET-Rio) transmitiram imagens on-line dos principais pontos da cidade.

altForça Aérea Brasileira

A Aeronáutica empregou 5.170 militares. A FAB manteve na Base Aérea de Santa Cruz, por exemplo, caças F-5M de alta performance e A 29, o Super Tucano, além de helicópteros H-60 Black Hawk e AH2, de fabricação russa, que podiriam usados na interceptação de aeronaves. Os aviões radares também foram empregados no patrulhamento do espaço aéreo do Rio.

A FAB também manteve a segurança nas três bases aéreas – Galeão, Afonsos e Santa Cruz – e tropas ficaram de prontidão para eventual emergência. No Galeão, porta de entrada e saída das delegações, atiradores de elite e tropas do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (EAS) permaneceram à disposição.

Balanço de segurança na Rio+20

Contingente empregado

Marinha do Brasil - 3.200
Exército Brasileiro - 7.491
Força Aérea Brasileira – 5.170
Órgãos de Segurança Pública – 8.972
Total: 24.833

Veículos utilizados
Motos – 470
Automóveis/vans – 825
Ônibus – 05
Viaturas – 388
Viaturas blindadas – 10
Navios e embarcações – 33
Helicópteros – 27
Aeronaves – 07
Vant – 01

Delegações
93 chefes de Estado e de Governo
209 delegações estrangeiras

Investimentos
R$ 96,160 milhões

Fotos: Felipe Barra e Johnson Barros/ FAB
Assessoria de Comunicação Social
Ministério da Defesa
61 3312-4356

Defesa terá R$ 1,527 bilhão do PAC Equipamentos



Brasília, 27/06/2012 –
O Ministério da Defesa terá R$ 1,527 bilhão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Equipamentos. Os recursos serão para compra de 4.170 caminhões, 40 carros de combate Guarani e 30 veículos lançadores de mísseis Astros 2020. O repasse do dinheiro foi autorizado, hoje (27), por meio de Medida Provisória assinada pela presidenta Dilma Rousseff em cerimônia ocorrida no Palácio do Planalto. Este programa destinará R$ 8,43 bilhões em 2012 e tem por objetivo estimular a economia brasileira com a ampliação dos investimentos e geração de emprego e renda.

A MP encaminhada ao Congresso Nacional libera R$ 6,611 bilhões do orçamento que estavam contingenciados. Os detalhes do PAC Equipamentos foram divulgados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao justificar que o governo federal toma tais medidas para estimular a economia nacional. De acordo com o ministro, em função da crise europeia, que tem efeitos imediatos na economia mundial, o governo toma “um conjunto de medidas para ampliar os investimentos, estimular a demanda, aumentar a confiança e acelerar o crescimento”.

Conjuntura econômica

Em discurso, a presidenta Dilma lembrou a conjuntura econômica conturbada pela qual o mundo atravessa e a comparou o momento econômico de 2008, iniciado no setor imobiliário dos Estados Unidos. Ela frisou que a crise do fim da década passada perdura e assume novas formas no momento atual.

“Agora, esse cenário nos preocupa, mas não nos amedronta. É importante ter consciência dele para evitar que nesse momento sejam feitas aventuras fiscais. Nenhum país do mundo, hoje, se permite uma política fiscal que não leve em conta, sobretudo, investimentos. Aventuras fiscais é a gente se comportar como se não estivesse acontecendo nada. Nós não nos amedrontamos, mas não podemos fingir que nada está acontecendo”, disse.

E para fazer frente ao momento atual, segundo destacou, o governo vem tomando medidas que incrementem o mercado interno. No discurso, Dilma Rousseff destacou também a importância do programa na destinação de recursos ao Ministério da Defesa para a compra de equipamentos para as Forças Armadas.

“Todas as compras que nós lançamos antes vão atender às necessidades do povo brasileiro. Eu vou citar: os ônibus para transporte escolar; os caminhões e veículos para as Forças Armadas, que têm de ser reequipadas, na medida em que cumprem um papel essencial; as ambulâncias para expandir o Samu; os caminhões e perfuratrizes para poços artesianos, facilitando o combate à seca; as retroescavadeiras, como eu disse, para manutenção das estradas vicinais; os mobiliários para as escolas públicas”, contou.

Compras da Defesa

O Ministério da Defesa receberá R$ 1,527 bilhão para equipamentos militares desenvolvidos a partir de projetos nacionais fabricados no Brasil. Deste total, R$ 342,4 milhões serão para a compra de 40 blindados Guarani. Como o Exército já tinha encomendado 21 unidades do tanque para este ano, o PAC Equipamentos permitirá que outros 19 Guarani sejam acrescidos à lista.

O plano também prevê R$ 246 milhões para adquirir 30 unidades do Veículo Lançador de Míssil – Astros 2020. Os R$ 939,6 milhões restantes serão para compra de 4.170 caminhões de diferentes tipos e modelos destinados ao transporte de tropas e de cargas, baú, basculante, pipa, combate a incêndio e de uso geral. Esses veículos se somarão aos 900 inicialmente previstos, totalizando encomenda de 5.070 caminhões em 2012.

Sobre os equipamentos:

Blindados - O Guarani é um projeto do Exército Brasileiro. Trata-se do primeiro modelo de uma família de blindados a ser produzida no país, em Minas Gerais, pela empresa Iveco. Esses carros de combate anfíbios sobre rodas substituirão, gradualmente, os atuais blindados utilizados pelo Exército (Urutu, Cascavel), que foram fabricados pela Engesa e estão com mais de 30 anos de utilização.

Astros 2020 - Trata-se de um sistema nacional de lançamento de foguetes e mísseis desenvolvido pelo Exército e fabricado pela empresa Avibrás, de São José dos Campos. Sucesso comercial, o lançador sobre rodas já foi exportado para vários países e vai aparelhar unidades de combate da artilharia do Exército. O 2020 é o modelo mais atual do lançador de foguetes terra-terra.

Benefícios - Os dois projetos (blindados e Astros 2020) são projetos estratégicos e estão em consonância com a Estratégia Nacional de Defesa (END). Deverão constar também no Plano de Articulação e Equipamento de Defesa (PAED), que está em fase de conclusão no Ministério e orientará as aquisições de equipamentos e produtos de defesa até 2030.

Ambos os projetos funcionarão como estímulo à inovação e à produção nacional de meios tecnologicamente avançados. Ou seja, têm o viés de promover efetividade da capacidade de defesa e também de impulsionar a competitividade da indústria nacional nos mercados interno e externo, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

A compra dos caminhões reforçará a mobilidade e a logística das Forças Armadas. Os veículos incrementarão a capacidade das Forças de atuar em situações dentro e fora do meio militar, tais como auxílio da população civil em catástrofes naturais (enchentes, secas etc).

Fotos: Felipe Barra e Tereza Sobreira
Assessoria de Comunicação Social (Ascom)
Ministério da Defesa
61 3312-4070

domingo, 1 de julho de 2012

A história da Escola Nacional de Informações



Brasil - A história da Escola Nacional de Informações

Você pode não saber, mas enquanto está aí lendo revista existe um departamento de funcionários públicos em Brasília bisbilhotando a vida dos brasileiros – quem sabe, você até está na lista dos investigados. E se você não tinha a menor idéia de que seus impostos financiam um serviço desse tipo (espionagem, para ficar claro do que estamos falando) não se preocupe: é apenas mais um dos que nunca ouviram falar na escola brasileira de espiões, que completa 35 anos de existência em março em plena fase de recuperação da efervescência dos velhos tempos. Só em 2005, a instituição – que atualmente se chama Escola de Inteligência (Esint) – formou cerca de 160 novos agentes secretos. Todos devidamente submetidos a estágios de 3 meses e ao currículo que inclui aulas como disfarce, espionagem eletrônica, criptografia, produção de documentos sigilosos e "entrevista", ou seja, a arte de tirar informações de um interlocutor.
Criada oficialmente em 1971, com o nome de Escola Nacional de Informações (Esni), a instituição nasceu para suprir a ditadura de agentes secretos e agir como um dos braços do temido Serviço Nacional de Informações (SNI). Seu mentor foi o general Emílio Garrastazu Médici, ex-chefe do SNI e presidente da República entre 1969 e 1974, os anos mais ferozes da repressão brasileira.
Como não poderia deixar de ser, a instalação da Esni foi cercada de mistérios e segredos. Quem deu uma boa ajuda para montar a escola foi a Agência Central de Informações, a CIA. No começo de 1971, foram enviados a Washington, numa missão secreta, dois veteranos do SNI: o general Enio dos Santos Pinheiro, que seria o primeiro diretor-geral da escola, e o almirante Sérgio Doherty. A dupla ficou algumas semanas enfurnada num hotel da cidade e lá mesmo recebeu o treinamento da CIA. Numa das poucas vezes que puderam deixar o prédio, os brasileiros foram levados para uma base militar onde assistiram a uma aula real de interrogatório – afinal, se o SNI trabalhava diretamente ligado aos órgãos da repressão, precisava saber como era feito o serviço sujo. Os americanos ensinaram que a primeira providência era tirar a roupa do prisioneiro, como forma de quebrar sua resistência por meio da humilhação. Depois disso, enquanto um agente fazia perguntas ao prisioneiro, outro tomava nota das respostas e um terceiro assistia a tudo, numa sala contígua, escondido atrás de um espelho falso.
De volta ao Brasil, os militares brasileiros produziram as primeiras apostilas do serviço secreto (veja quadros ao longo da reportagem), copiadas de manuais da CIA. Enquanto o material didático da escola era elaborado, a sede da escola era erguida – e como tudo naquela época de milagre econômico, a ordem era pensar grande. Muito grande. O local escolhido para abrigar a Esni, junto com a nova sede do SNI, foi um terreno gigantesco na capital federal, no Setor Policial Sul, com 200 mil metros quadrados (equivalente a metade da área do Vaticano). As instalações – que continuam todas lá, iguaizinhas ao que eram na década de 1970 – eram sofisticadas a ponto de causar espanto nos agentes secretos de países ricos que visitavam a escola.
A vedete da Esni era um estande de tiro subterrâneo. Projetado e construído nos EUA, tinha cabines à prova de som separadas por vidros blindados. Um sistema de comunicação permitia ao instrutor falar com os alunos por meio de microfones e fones de ouvido. Os alvos eram mantidos na posição correta com a ajuda de jatos de ar, o que fazia com que permanecessem no lugar mesmo depois de atingidos. O atirador, por sua vez, podia conferir o resultado de sua performance acionando um botão que fazia com que o alvo viesse até ele, deslizando num trilho suspenso.
A obra tinha outros requintes. Um deles era o cine-auditório, um dos primeiros espaços no Brasil para projeção de filmes e realização de conferências em que todos os assentos (na verdade, largas e confortáveis poltronas de couro) tinham fones de ouvido com regulagem de som. Nos primeiros anos da escola, a maioria dos filmes exibidos no cine-auditório eram produções de países comunistas, apreendidas em batidas militares e policiais. As fitas – como é o caso de Construção de um Monumento a Lenin em Leningrado, exibida pela primeira vez no dia 2 de outubro de 1973 – serviam para mostrar aos alunos como agiam e pensavam os comunistas, os inimigos da hora.
Também havia refeitório, sala de jogos e alojamentos com capacidade de abrigar cerca de 150 alunos simultaneamente. Uma bela praça de esportes, com duas piscinas, pista de corrida, campo de futebol gramado, ginásio poliesportivo e uma sala com aparelhos de ginástica completava o conjunto. Detalhe: temendo que os segredos de sua escola de espiões caíssem nas mãos dos inimigos comunistas, o SNI nunca pediu o habite-se do conjunto de prédios ao Conselho de Arquitetura do Distrito Federal. E ninguém nunca cobrou também.
Sala de aula
Durante quase duas décadas, a Esni promoveu 3 cursos regulares. Com duração de um ano letivo, o Curso A era uma espécie de pós-graduação, voltado para a formação de chefias. Restrito a quem tivesse o 30 grau concluído ou, no caso dos militares, curso de Estado-Maior, abordava com profundidade temas políticos, econômicos e sociais brasileiros com análise de conjunturas e estudo de casos.
O Curso B, com duração de um semestre, era destinado aos analistas de informações (a turma que ficava nos escritórios do SNI, processando informações), com uma carga teórica bastante pesada, que incluía matérias como sociologia, história e ciências políticas. Os alunos do Curso B eram iniciados na história do comunismo desde o surgimento da doutrina, passando pela Revolução Russa até chegar à revolução cubana.
O Curso C, por sua vez, formava os agentes de rua. Tinha o processo de seleção mais rigoroso, justamente por envolver as atividades mais perigosas e delicadas do serviço secreto. Realizado em um semestre, as aulas do curso tratavam de técnicas de vigilância, escutas telefônicas, gravação de conversas por meio de microfones, métodos de interrogatório. Na década de 1980, a Esni chegou a contratar um maquiador da TV Globo para ensinar aos alunos como esconder a verdadeira identidade com a ajuda de cremes, lápis e pós compactos.
Foi com os ensinamentos do Curso C que, em meados da década de 1980, o SNI realizou uma de suas missões mais espetaculares. No início do governo Sarney (1985-1990), Cuba planejava instalar uma representação diplomática no Brasil, depois de mais de duas décadas de rompimento entre os dois países. Uma equipe de agentes conseguiu se infiltrar entre os operários da obra da embaixada cubana que estava sendo construída em Brasília e instalou, na sala do futuro embaixador, uma escuta ambiental (aparelho minúsculo que capta o som ambiente e o retransmite para um receptor localizado a quilômetros de distância). O mesmo foi feito num apartamento de Brasília escolhido para abrigar um importante diplomata cubano. Após despistar o porteiro do prédio, agentes entraram no apartamento, ainda desocupado, desmontaram um armário embutido e esconderam atrás dele a escuta ambiental. Foi uma das operações mais complexas do SNI, por envolver, ao mesmo tempo, vários tipos de equipes – infiltração, invasão e espionagem eletrônica, entre outras.
O resultado, porém, foi péssimo (e, nesse caso, por pura competência dos meninos de Fidel Castro). A escuta instalada na embaixada acabou não funcionando porque os cubanos tiveram o cuidado de "blindar" a sala do embaixador com uma espécie de capa de aço antiescuta, que impedia a transmissão do som. Já na residência do diplomata cubano, o fracasso teve um motivo mais prosaico. A escuta deveria ficar no escritório do diplomata, mas, na última hora, o cubano resolveu transformar o cômodo em sala de televisão. Assim, durante anos, a escuta captou diálogos de novelas e conversas casuais ocorridas nos intervalos dos programas de TV. Os grampos acabaram descobertos em 1990, quando Fidel veio ao Brasil para a posse de Fernando Collor. Para não constranger as autoridades brasileiras num momento de festa, Cuba fez apenas um protesto reservado.
Depois de formar mais de 2 mil agentes nos anos 70 e 80, a escola literalmente parou com a chegada do primeiro presidente eleito pelo voto direto pós-ditadura. Com a decisão de Collor de extinguir o SNI, a escola ficou sem clientela. Para apagar a memória dos tempos da ditadura, ganhou nome novo – Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Recursos Humanos (Cefarh). Mas ficou às moscas. Seus dirigentes, porém, não deixaram de conservá-la, prevendo que aquela fase um dia passaria. E passou.
Espião burocrata
A partir de 1992, após o impeachment de Collor e a ascensão de Itamar Franco, a escola voltou a funcionar. Três anos depois, admitiria sua primeira turma de estagiários recrutados por concurso público. O polêmico processo de seleção é, na verdade, uma exigência da Constituição de 1988, que determina a realização de concurso público para a contratação de funcionários federais de carreira. Mesmo se esses funcionários forem os espiões da República.
Assim, desde 1994, todo aspirante a agente secreto tem de passar pelas duras provas do concurso, que incluem português, língua estrangeira, política e economia contemporâneas, história e geografia do Brasil e do mundo, noções de direito e exames médicos. O candidato também tem sua vida revirada de cima a baixo pelo serviço secreto, incluindo pesquisa de antecedentes criminais e entrevista com vizinhos e conhecidos. E, ao final da 1a fase do processo de seleção, o candidato é submetido a um estágio comprobatório na escola, que pode durar de 3 a 4 meses, período em que ele pode ser desligado, caso não atinja rendimento satisfatório.
Aqueles que conseguem passar pela peneira tem de se ajustar a um regime rigoroso na escola. Rebatizada em 1998 com o nome de Escola de Inteligência (Esint), a instituição praticamente segue as mesmas regras de conduta da época da fundação no regime militar. A começar pelo uso de terno e gravata em sala de aula. Os estagiários também são obrigados a fazer educação física e têm conversas regulares com o psicólogo da escola. As aulas começam às 8 e terminam às 18 h, com um intervalo de duas horas para almoço. Os estagiários são ostensivamente monitorados por funcionários da escola, que se sentam no fundão das salas de aula. Alguns professores costumam registrar as aulas com câmeras escondidas. Depois, mostram didaticamente aos alunos-candidatos como fazer o mesmo.
A partir de 1998, no 2o mandato de Fernando Henrique Cardoso, o serviço secreto e sua escola ganharam mais status. E também verbas. O orçamento anual das duas instituições, que é bancado pelos cofres públicos, beira o equivalente a 40 milhões de dólares. O montante é relativamente pequeno, se comparado com outros países, até mesmo vizinhos, como a Argentina, onde gasta-se quase o dobro desse valor. O dinheiro sustenta uma estrutura que inclui centenas de especialistas nos mais variados assuntos, que passam o dia estudando os temas que escolheram – Movimento dos Sem-Terra, fusão nuclear a frio, questão palestina, lavagem de dinheiro em paraísos fiscais, África setentrional, igrejas, internet, mata atlântica, o que for. A manutenção desse exército de especialistas se deve à necessidade de manter o presidente da República informado sobre qualquer tipo de assunto. Se os EUA resolverem invadir o Irã amanhã, alegando que o país muçulmano produz armas atômicas, ou se estourar uma guerra civil na Bolívia por causa da disputa comercial envolvendo o gás natural, cabe ao serviço secreto brasileiro produzir relatórios atualizados tanto sobre os países quanto sobre os assuntos que levaram às crises.
Mas apesar de lidar com assuntos de todo o planeta, o serviço secreto brasileiro atua com base na chamada doutrina do "inimigo interno". Ou seja, o inimigo mais perigoso do Brasil é o próprio brasileiro, que, por causa disso, precisa ser vigiado. Ao contrário de seus colegas americanos da CIA, franceses da DGSE, alemães do BnD e ingleses do MI-6, que procuram seus inimigos entre os estrangeiros, os espiões brasileiros vivem de bisbilhotar seus compatriotas – uma postura herdada da guerra fria e, ainda hoje, típica dos serviços secretos de países subdesenvolvidos e não democráticos.
Os interessados na carreira devem ficar de olho no site do serviço secreto (www.abin.gov.br), que publica informações sobre os concursos para agentes. O estagiário aprovado no concurso recebe uma bolsa durante o período em que está na escola e, ao final do processo, caso seja definitivamente aprovado, começa com um salário inicial que varia de 1 916 a 3 230 reais.
Mesmo dentro do serviço secreto, o calouro é vigiado pelos colegas, durante alguns anos, antes de receber missões mais delicadas. Assim, antes de partir para as missões clandestinas na rua, sob o manto de falsas identidades, o novato terá de passar muito tempo atrás de escrivaninhas, analisando papéis sem grande importância. A vida de agente secreto também tem o seu lado monótono.
Lição 1: como virar um ninja em 37 etapas.
Apostila: Programa de defesa pessoal e exercícios correlatos.
Em 1973, quando a escola dava os primeiros passos, foi redigida esta apostila sigilosa. Na época, o SNI imaginava que seus agentes poderiam recorrer ao jiu-jítsu caso atacados desarmados. "Qualquer pessoa pode ocasionalmente ver-se obrigada a agir só e sem armas para salvaguardar seu corpo ou bens. É óbvio quanto vale então ser pessoalmente uma máquina de combate", dizia o texto da apostila. Com fotografias toscas, o manual ensinava 37 golpes de defesa para situações como "facada na barriga", "facada no peito", "soco na barriga", "revólver na barriga", "gravata por trás", "gravata pela frente", "gravata com socos", "esganamento" e "bengalada de perto". A defesa obviamente acabava virando ataque, com golpes do tipo "pezada no estômago" e "pezada nas partes baixas". Ui!!!
Lição 2: A arte de interrogar.
Apostila: Interrogatório de suspeitos (2) - Técnicas e processos.
Essa apostila ensinava como perceber uma mentira e, a partir da descoberta, pressionar o interrogado. De acordo com o manual, eram vários os indícios da lorota. Se o interrogador visse a carótida do interrogado pulsar, deveria dizer: "Você está tão perturbado e consciente de sua mentira que essa veia no seu pescoço parece que vai arrebentar. Isto nunca acontece com uma pessoa que esteja dizendo a verdade." Outro indício de mentira era secura na boca. "É um sintoma fisiológico que pode ser observado pelo constante engolir seco, acompanhado de freqüentes movimentos de língua para umedecer os lábios." E se o preso alegasse passar mal, pior para ele. "É interessante sugerir que (...) esta peculiar sensação, como se estivesse com o estômago embrulhado ou um nó-nas-tripas, é o resultado de uma consciência pesada."
Lição 3: Meu nome é Paiva... Cleobaldo Paiva.
Apostila: Segurança das instalações.
Ao ingressar na escola, o agente era apresentado ao "decálogo da segurança", que, entre outras normas, determinava:
• "Não deposite na cesta de papéis: rascunhos, notas, cópias carbono e estêncil de documentos sigilosos. Use somente a caixa apropriada";
• "Sua condição de homem de informações e suas obrigações não deverão ser objeto de conversas em reuniões sociais, bares, restaurantes etc.";
• "Tenha sempre em mente que nas reuniões sociais você não sabe quem está escutando"; Outra apostila, de 1978, dizia que, dentro da escola, era obrigatório usar crachá. Um modelo era até exibido no manual, com o desenho de um homem de bigode, cara de mau e um nome fictício: Cleobaldo Paiva. A carteira de agente secreto também tinha número de registro: 0007.
Lição 4: fotógrafo oculto.
Apostila: Emprego de meios fotográficos.
Elaborada pelos instrutores em 1973, a apostila ensinava aos agentes, em 75 páginas, como tirar fotos com qualidade de seus alvos. Curiosamente, não havia uma única menção ao emprego da fotografia na espionagem (essa parte era feita pelos instrutores, em exposições orais nas salas de aula). A apostila, ao contrário, era de uma leveza e poesia juvenil. Um exemplo: "Pequenos animais e pequenas flores quando fotografados de perto poderão nos mostrar detalhes de aspectos e de cores que nunca antes havíamos observado. (...) As fotos de perto realmente são interessantes e nos farão descobrir um mundo novo e excitante. Pratiquem portanto este tipo de fotos e boa sorte." Que meigo, não?